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Ao longo da história do Ocidente, a relação entre instituições religiosas e o Estado se manifestou de diversas formas. Este trabalho analisa essa relação a partir do processo de secularização das sociedades europeias e de suas colônias, incluindo a questão da laicidade na sociedade brasileira. O Brasil, a partir da separação constitucional entre Igreja Católica e Estado, vivencia a laicidade de um modo singular, que reinscreve a religião nas relações de poder e no espaço público. Com o crescimento ainda tímido da pluralidade religiosa, a laicidade no Brasil passa a lidar com a compreensão de que a pluralidade de identidades éticas e religiosas é inerente à própria dignidade humana, sem, contudo, institucionalizar essa compreensão a partir do Estado. Após essa breve recuperação histórica, o trabalho apresenta uma interpretação das concepções de Lutero e de Calvino a respeito da relação entre Igreja e Estado, para, a partir da visão de Calvino, discutir aspectos da teologia pública no Brasil, especificamente a sua possível contribuição para a busca do bem comum e da preservação da dignidade do ser humano.