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O projeto societário hegemônico no Brasil tem como marca estrutural a associação subordinada da classe burguesa aos centros desenvolvidos do capitalismo internacional. Tal modelo socioeconômico compreende um processo histórico de desenvolvimento desigual e combinado, que carrega em seu bojo fortes marcas de desigualdade social e o atraso deliberado de alguns setores da economia. Partindo dessa premissa - e atento à relação entre capitalismo dependente e a formação da escola pública no Brasil -, Aceleração da Aprendizagem no País do Atraso analisa o Programa Autonomia da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro enquanto programa prioritário para a correção da distorção idade-série. Apresenta o histórico das políticas destinadas à correção do fluxo escolar no Brasil, com ênfase nas classes de aceleração da aprendizagem, além de expor a participação de organizações da sociedade civil e do empresariado na elaboração desses programas. O livro situa as classes de aceleração como mais uma via diferenciada de escolarização no processo de universalização da escola pública. Mostra ainda que a manutenção do atraso no desenvolvimento de alguns setores produtivos é estruturalmente necessária para a realização do projeto econômico burguês do capitalismo à brasileira. Por fim, analisa, a partir de depoimentos e documentos, a Metodologia Telessala e suas intencionalidades enquanto projeto oriundo da burguesia local destinado à educação formal de frações da classe trabalhadora.